terça-feira, 6 de outubro de 2009

O mundo de Clarice


Ontem novamente comecei a viajar pelo mundo de Clarice através de um dos seus livros mais autobiográficos: "A descoberta do mundo", que reúne as suas crônicas publicadas no Jornal do Brasil no péríodo de 1967 à 1973.
Um estilo novo da eterna dama da literatura brasileira mostra-se: descontraída e real sem perder a sua essência.
Desfrutar de suas vivências e opiniões externadas em cada página faz-me sentir como ela mesma se sentiu na crônica do difícil empréstimo de um livro por uma menina má.
Conhecer Clarice é mergulhar num mundo de sensações inigualáveis que me fazem devorar cada palavra, mesmo que as vezes mal entendida, mas que trouxe a mim esta noite uma doce alegria!
Compartilho um trecho:
"Se o meu mundo não fosse humano, também haveria lugar para mim: eu seria uma mancha difusa de instintos,doçuras e ferocidades, uma trêmula irradiação de paz e luta:se o mundo não fosse humano eu me arranjaria sendo um bicho. Por um instante então desprezo o lado humano da vida e experimento a silenciosa alma da vida animal.É bom, é verdadeiro, ela é a semente do que depois se torna humano."

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